segunda-feira, 5 de outubro de 2009

With what I've been given, I've already won.

Não estou particularmente surpreendido por continuar a não perceber a grande maioria das decisões que as pessoas que de alguma forma me rodeiam vão tomando. Não me refiro ao trivial, decisões do dia-a-dia... refiro-me sim às decisões marcantes, aquelas que de uma forma ou de outra determinam o nosso futuro, imediato e não só.

Admito que estou a acusar algum desgaste, físico, emocional, resultante desta fase extremamente positiva que tenho vivido. No meio da confusão que a minha vida sempre foi, não estava mesmo à espera que sozinho conseguisse encontrar paz, que reunisse condições para atingir aquele auto-controlo que sempre me fez falta. Mas há dias... há dias em que a ânsia de ver "pontas soltas" da minha vida resolvidas se torna difícil de aguentar. Por muita confiança, calma, paz interior que eu possa neste momento ter, tenho sentido uma crescente frustração com um pequeno número de situações. Sei que é contraproducente, mas temo que esta semente de frustração e de ansiedade me tirem deste bom momento que eu tenho vivido.

Com toda a sinceridade, não creio que a sorte me tenha bafejado nas pequenas coisas que me são importantes, ao longo dos anos. Mesmo estando bem, como não me lembro de estar há muito tempo, não posso dizer que a sorte tenha tido algo a ver com isso. O que eu consegui ganhar, em termos de estabilidade, nestas últimas semanas, meses, tem sido pura e simplesmente por mim, pela minha luta constante contra tudo aquilo que me aflige. Por isso, não me surpreende que a sorte, volta e meia, não me sorria, ou melhor, continue a não me sorrir. Não me surpreende, não me entristece, não me deita abaixo, mas deixa marcas.

O facto de eu estar a viver um momento muito bom não esconde outro facto, o de que eu não sou aquilo que queria ser, a minha vida não é o que eu sempre idealizei. A verdade, porém, é a de que tudo o que sonho e sonhei pura e simplesmente não é realizável, por todas as razões e mais algumas. O meu mundo perfeito não existe. Hoje sorrio com algum cinismo, por saber que tenho essa noção e por não me sentir amargurado com isso. A minha maior conquista recente poderá, eventualmente, ter sido conseguir abandonar todos aqueles meus sonhos idílicos e não sentir falta deles.





E amanhã será outro dia...

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1 comentário:

catarina disse...

tenho tanto orgulho em ti!!!