sábado, 28 de fevereiro de 2009

How many special people change...



(A)normalidades

O que é ser "normal"? O que é uma vida dita normal?

Todos os quase 27 aninhos da minha vida, ou pelo menos todos em que tive consciência do que fazia, me senti desenquadrado do meio em que me encontrava, dos meus amigos, das pessoas da minha idade, daquilo que era suposto eu ser. As minhas expectativas, prioridades, a minha maneira de ver e de sentir a vida nunca foram iguais ao que era expectável de alguém da minha idade. Quando os meus amigos ainda viam desenhos animados, eu já queria sair e explorar interesses amorosos. Quando todos se começaram a interessar pelo sexo oposto, eu já queria amar de verdade. Quando sair à noite era novidade e moda, eu queria "assentar"... etc, etc...

O que eu sempre quis (e sempre tive esta noção desde muito cedo) era ter uma vida normal e feliz com alguém que me fosse especial, com quem eu partilhasse os meus dias. Sentir que a minha vida estaria completa se fizesse alguém genuinamente feliz, sempre foi o meu propósito, a minha razão para aqui estar. Nunca quis ser especial, nunca quis ser mais ou menos do que os outros. Podem argumentar que isso revela falta de ambição, mas eu discordo respeitosamente. Sempre quis dar o meu melhor, mas nunca me vi como melhor do que quem quer que seja, nem quis ser. Apesar do meu objectivo central de vida ser simples e conciso, tenho outra metas que quero atingir, a todos os níveis.

O facto de eu ter vivido os últimos anos da minha vida à procura duma vida "normal" é talvez a razão pela qual passei tempos tumultuosos. Afinal o que é ser "normal"?

Vejo muito egoísmo, muita hipocrisia espalhada por aí. Vejo gente que vive vidas de mentira e traição. Vejo relações afectivas e familiares totalmente disfuncionais. Vejo dramas pessoais mais ou menos graves, com que pouca gente sabe lidar. Vejo muita falta de respeito pelo próximo. Isto são tudo comportamentos que mal ou bem são a norma, na minha modesta opinião, mas que não os torna "normais", ou melhor, não deviam. Então que normalidade procuro eu? =/

Gostava de acreditar que poderíamos todos viver vidas baseadas em princípios e valores. Em que toda a gente se respeitasse, em que as pessoas fossem sinceras, abertas, honradas. Em que todos soubéssemos dar o devido valor aos que nos rodeiam e em que conseguíssemos transmitir às pessoas que nos são importantes o quanto gostamos delas, sem medo, sem hipocrisia. Isto para mim seria normal. Mas sei que nada funciona assim, porque as pessoas tendem a chocar umas com as outras e é difícil encontrar esta harmonia de que falo, para não dizer impossível.

Chego à conclusão que andei a minha vida toda a tentar ser como os outros, mas que sou incapaz de assim ser. Por todas as razões e mais algumas, eu não me enquadro na norma. Não sei sinceramente se sou eu que estou errado, admito que seja. Se assim for, ainda bem que estou errado, é o primeiro erro do qual me orgulho.

Estou a achar estranho andar tão assertivo. Mas sem dúvida que gostava que esta fosse a normalidade que eu tanto procurava...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Don't know, don't care...

Semana longa, em que aconteceu de tudo um pouco. Diverti-me imenso na noite de Carnaval. Já não saía há algum tempo e por isso mesmo foi diferente e reinvigorante. Uma série de situações andaram e andam na minha cabeça... mas estou inexplicavelmente bem, o que é algo que me deixa perplexo...

Não sei se me estou a tornar numa pessoa cínica, distante, calculista... receio bem que sim. Na minha constante auto-análise emocional, deparei-me com a curiosa situação de não sentir absolutamente nada. Passei estes últimos dias sem conseguir sentir uma ponta de emoção pelo que quer que seja. Não estou a viver nada de novo, é verdade, e hoje em dia sei muito bem gerir as minhas emoções e sentimentos, mas ainda assim é surpreendente. Sinto-me vazio. Não sei se inconscientemente "enterrei" bem fundo tudo o que era suposto (e normal) sentir, não sei se simplesmente é normal eu não sentir nada.

Sim, isto soa estúpido e esotérico, mas não encontro melhores palavras para o descrever. Ando pateticamente calmo, impávido e sereno. Nem todas as incertezas recentes me estão a abalar. Tudo me parece irrelevante neste momento. Sinto-me como há um ano atrás, exactamente, mas ao contrário do que sentia nessa altura, não me sinto perdido, não me sinto fragilizado.

Não sinto nada, não penso em nada porque se calhar não vale a pena... isto faz algum sentido? =/

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Never back down

Sempre me ensinaram que não devemos desistir dos nossos sonhos, que devemos lutar por eles. Sempre me deixei levar por causas, tendo-me entregue de corpo e alma a todas elas. A vida não tem sentido se não tivermos uma razão que justifique o facto de aqui estarmos, uma razão que transcenda a nossa própria existência. Pelo menos foi sempre assim que pensei, foi um princípio que sempre me guiou.

Não ter uma causa sempre implicou que eu me sentisse perdido, sem propósito. Vivo do que me rodeia, do que me dão, até mesmo dos problemas e dificuldades de quem me diz algo. Tristemente, nunca vivi para mim mesmo, nunca me interessei particularmente no que me dizia directamente respeito. Moral da história, nunca tive uma noção individualista do meu ser, simplesmente porque eu, sozinho, não sou nada. Podemos debater os prós e os contras desta minha muito particular abordagem à vida, mas a verdade é que hoje me encontro numa situação nova para mim, totalmente desenquadrada desta minha tão típica filosofia de vida.

Continuo a sentir todo o tipo de situações que me rodeiam e me dizem mais ou menos respeito, mas sei que não posso mudar o mundo. Gostava de ser capaz de poder resolver todos os problemas, de toda a gente que me rodeia, mas hoje, mais que nunca, tenho noção das minhas limitações. Mais do que isso, talvez, sei que não é bom para mim sequer aspirar ter essa capacidade. Cada um tem de saber o que quer da vida, tem de saber como lidar com os seus próprios problemas. Os amigos são para dar apoio, para ajudar no que for possível, mas nunca para serem a solução para tudo. Adoro os meus amigos, faço tudo o que estiver ao meu alcance por eles... mas não posso fazer disso a minha missão de vida.

Tenho o meu caminho a percorrer. A amizade, o amor, serão sentimentos que estarão sempre comigo e que influenciarão mais ou menos a forma como eu o trilho, mas não podem ditar todas as direcções que tomo. Quem quiser caminhar comigo, quem quiser partilhar um caminho comigo, só tem que o dizer, cá estarei para isso. Mas neste momento não abdico dos meus interesses apenas para me colocar numa posição fragilizada, dependente de terceiros, à espera de levar mais um empurrão e ser deixado em mau estado. Mais do que nunca, acho que estamos todos numa altura em que devemos pensar muito, muito bem no que queremos da vida e devemos aproveitar as imensas oportunidades que se apresentam à nossa frente. A felicidade e o bem-estar estão por toda a parte nas nossas vidas, acessíveis a qualquer momento, bastando que para isso estejamos abertos.

Tenho os meus sonhos, as minhas aspirações pessoais, afectivas, profissionais, mas não vivo mais em função deles, não me iludo mais.

"A man cannot reason with the woman he loves. He cares too much about her..."


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Expectativas e frustrações

Amanhã será um dia de decisões importantes. Tenho esperado com alguma antecipação por este dia mas, por incrível que pareça, não estou nervoso. Quero apenas resolver a minha vida.

Tenho andado com as emoções à flor da pele, nestes últimos dias. Não escondo alguma frustração com a maneira como tudo tem corrido. A minha vida mudou muito, mas nem sempre no melhor sentido. Deixei que os meus sentimentos me fizessem cometer erros que não sei se terão solução. Tanto pragmatismo, para na hora da verdade meter a pata na poça... *suspiro*

Não gostaria de dizer que tenho azar, porque isso é muito subjectivo, mas sinto-me frustrado em determinados aspectos da minha vida. Tenho melhorado imenso... e mesmo assim continuo a errar, a não ouvir os conselhos de quem me quer bem. Tenho esperança que tudo se resolva, mas tem sido difícil esconder e digerir a frustração...

Talvez amanhã ganhe novos motivos para sorrir...

Words of wisdom

"Love is a fire... but whether it's going to warm your heart or burn down your house, you can never tell."

Joan Crawford


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

I wonder where you are now...

O cansaço, a frustração e o desânimo apoderaram-se de mim...



A cold and frosty morning
There's not a lot to say
About the things caught in my mind...
And as the day was dawning
My plane flew away
With all the things caught in my mind...


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Um tiro no escuro...

Sinto-me impotente. Sinto que uma série de situações me estão a passar pelas mãos, situações que eu queria mudar, e não consigo ou não posso fazer nada a esse respeito. Isso está a deixar-me com um misto de frustração e preocupação. Para mais, tudo à minha volta parece estar a correr mal, anda toda a gente com problemas mais ou menos graves e encontro-me na posição curiosa (e inédita) de me sentir como a única pessoa que está *bem*. Mal ou bem, sinto-me fora de sítio, com uma obrigação moral de ir apagar todos os fogos com que me deparo... e quando sinto que não consigo ter o efeito que pretendia, admito que me sinto mal.

Hoje, em particular, a única coisa que me ocorria eram palavras de circunstância, aquelas palavras que são fáceis de dizer, mas que sabemos que ninguém as ouve, nem as põe em prática... Cada um carrega o seu próprio fardo, costumo dizer. Não questiono se as pessoas têm problemas mais ou menos graves, isso depende muito de quem os observa, o que interessa é como as pessoas lidam com eles... e eu bem sei que há problemas que, por pequenos que sejam, são impossíveis de solucionar a dada altura, seja porque não temos clareza de espírito para ver a saída, seja porque as circunstâncias ditam que assim seja.

Um amigo próximo disse-me há pouco que vivemos de facto uma altura das nossas vidas extremamente confusa, incerta, complicada. Não podia estar mais de acordo. As oportunidades estão todas à nossa frente, imensas possibilidades... e por algum motivo não conseguimos viver o momento como um de oportunidade, deixando que aspectos tumultuosos da nossa vida tomem conta de nós. Como muitos dos que me rodeiam, também eu me sinto numa encruzilhada, a todos os níveis. Profissionalmente, pela incerteza com que me deparo e que insiste em não desaparecer. Pessoalmente, pela dificuldade crescente que tive nos últimos tempos em controlar sentimentos e por ver os problemas de quem me rodeia. Por mal que eu estivesse há meses, anos atrás, pelos motivos que fossem, a vida tinha um rumo, um objectivo claro e definido. De repente tudo ficou cinzento e apesar de acreditar que sabemos para onde queremos ir, o caminho para lá chegar é cada vez menos claro...

Dou-me mal com a incerteza. Mexe com os meus sentimentos de insegurança e erode tudo aquilo em que me apoio para estar bem. Gostava de voltar a ter certezas... :(

Deixo aqui uma música dedicada a uma pessoal muito *especial*... Beijinho! *

Somehow everything's gonna fall right into place,
If we only had a way to make it all fall faster everyday.
If only time flew like a dove,
Will god make it fly faster than I'm falling in love.

This time we're not giving up,
Let's make it last forever,
Screaming "Hallelujah".
We'll make it last forever.

Holding on to patience, wearing thin,
I can't force these eyes to see the end.
If only time flew like a dove,
Well we could watch it fly, and just keep looking up.

This time we're not giving up,
Let's make it last forever,
Screaming "Hallelujah".
We'll make it last forever.

And we've got time on our hands.
Got nothing but time on our hands.
Got nothing but, got nothing but.
Got nothing but time on our hands.

This time we're not giving up,
Oh, let's make it last forever,
Screaming "Hallelujah".
"Hallelujah".




terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

*Suspiro*

E porque hoje me deparei com isto e me deu muito que pensar...


"Dantes, as pessoas encontravam-se... agora, andam aos encontrões..."

Margarida Rebelo Pinto



domingo, 8 de fevereiro de 2009

You're my wonderwall ;)



Já só falta uma semana! :)

Pedradas no charco


Tudo o que fazemos, dizemos tem efeitos na vida de quem nos rodeia. Acredito que, por vezes, a única razão para certas pessoas terem passado pela nossa vida se prende somente com os efeitos duradouros dessa passagem e a forma como ela nos influencia no futuro. Pequenas coisas podem alterar significativamente muitos aspectos da nossa vida.

Ainda sinto os efeitos das muitas "pedradas no charco" com que fui atingido ao longo dos últimos meses, anos, boas e más. Se não compreendermos o passado, estamos condenados a repetir os erros que cometemos no futuro. Acho que finalmente comecei a navegar pelas tempestuosas águas da minha vida com outra confiança, com outra calma e serenidade. Acho que isso tem sido bem evidente nos últimos tempos. Sim, tenho preocupações, válidas ou não, tenho as minhas ansiedades, os meus momentos de incerteza... mas no geral sei para onde quero ir e estou muito bem com tudo o que me rodeia.

Gosto de pensar que tive e tenho um efeito positivo na vida de algumas pessoas, mas também tenho noção que por vezes tive um efeito perverso na de outras, ainda que inadvertidamente. Hoje escrevi porque estou preocupado... e quero tanto, mas tanto, que as minhas preocupações sejam infundadas...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Coisas que não consigo esconder...

Este Inverno chuvoso e gelado trouxe-me algo de muito bom. Para além da calma, do sossego que a minha vida tem finalmente tido, encontrei alguém que me tem feito muito bem, que tem feito com que eu acredite no futuro, nas pessoas... tem feito com que o meu pragmatismo não me tenha tornado numa pessoa fria, distante e triste.

Porque sempre acreditei que as relações de amizade e amor tinham de ser baseadas na confiança, na abertura e na transparência, ignorei todos os avisos que recebi para não o fazer e desabafei com quem de direito. Não tenho a certeza se o deveria ter feito. Sei que não foi errado, como gesto, mas também sei que corri um risco enorme de alienar, de assustar quem me diz muito, muito... E isso é a última coisa que quero.

És importante para mim, demais. Fizeste-me ver que ainda há pessoas verdadeiramente "únicas" por aí, que ainda há quem se preocupe com as pessoas, que ainda há quem valorize todas as pequenas coisas que fazemos uns pelos outros. O que começou por ser uma admiração muito grande pela pessoa que és, rapidamente se transformou em algo mais. Eu não consigo esconder estas coisas. Gostava de poder, esperar por um momento em que finalmente tudo estivesse bem nas nossas vidas e aí, talvez, fizesse mais sentido ter feito o que fiz. Custa-me ver-te quando sofres pelos mais diversos motivos... Custa-me deixar-te quando estou contigo... E ao mesmo tempo, quando sorris, quando estás genuinamente feliz, não imaginas o que sinto... :) Fui sincero contigo e isso tirou-me um peso enorme de cima. O meu limitado talento para a escrita impede-me de expressar devidamente o que sinto, mas sabes que és uma pessoa importante para mim e que tudo farei para te ajudar, para te fazer feliz. Acima de tudo, não me esqueço do que te prometi. Nada irá voltar a ser como dantes.

Sei o que tenho a fazer agora. Ainda tenho medo, admito. Mas a forma como me fizeste sentir ontem, o conforto que me deste, foi tudo o que eu precisava para saber que vai ficar tudo bem. Bastam pequenas coisas para fazermos uma grande diferença na vida das pessoas que nos rodeiam, sempre o disse. :) Quero continuar a estar contigo, quero continuar a sair contigo, quero que continuemos a divertirmo-nos imenso com o nosso grupo de amigos. Estou feliz assim e quero que assim tudo continue. Gosto tanto, tanto de ti... ;)



E agora tenho de ir, que Barcelona me aguarda... ;)*

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

...

"The reason people find it so hard to be happy is that they always see the past better than it was, the present worse than it is, and the future less resolved than it will be."

Marcel Pagnol


domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ironias do destino

Não me posso queixar do meu dia. Sim, continua a chover torrencialmente, o que já chateia, mas tive a minha dose de momentos muito bons. No entanto, o início da noite trouxe-me ao pensamento momentos, situações, pessoas que me fazem viver o momento presente com o suave toque da mais pura ironia. Há meses, nunca me passaria pela cabeça estar a atravessar o momento que estou a atravessar, com as pessoas e nas condições em que estou. Mais do que isso, não esperava sentir-me como me sinto hoje. A vida realmente dá umas voltas muito interessantes...

É notório que mudei de rumo, mudei de atitude, nos últimos tempos. Mas há coisas que não mudam... eu não mudo... e refiro-me ao meu "eu" profundo, ao que eu gosto de pensar que sou realmente EU. Continuo a sentir tudo como sentia. Continuo a viver e a pensar exactamente como fazia. Fundamentalmente, mudei apenas a minha forma de encarar situações, de pensar a minha vida no seu todo. No fundo, fico feliz por sentir que o meu pragmatismo não me tornou numa pessoa fria, como cheguei a julgar, nem me deixou inacessível, arrogante e amargo.

Estou melancólico, mas não estou triste. Continuo bem, a viver um período muito calmo da minha vida, que tanto precisava. Tenho sido abençoado por imensas coisas que gostava de poder expressar, mas que são apenas minhas. Ironicamente, isso acaba por ser tanto uma benção, como uma maldição...

;)*