sábado, 23 de maio de 2009

You start to wonder why you're here, not there...

Tive uma semana produtiva, com imensas razões para me deixar satisfeito. E, no entanto, inexplicavelmente, hoje acordei com o peso do mundo nos ombros... Há quem lhe chame acordar do lado errado da cama, mas não sei, prefiro atribuir o meu estado de espírito hoje a cansaço, poucas horas de sono e à inevitabilidade de termos dias menos bons.

Ainda há dias disse que nunca estaremos completamente bem. Apesar da semana ter sido boa, de me ter alimentado o entusiasmo aos mais diversos níveis da minha vida, também houve aqueles pequenos acontecimentos e momentos que me serviram como um balde de água fria, para me colocar os pés muito bem assentes no chão. E, como sempre, os sentimentos que perduram não são os de entusiasmo e alegria, são os de apreensão, dúvida, medo.

Hoje tive de fazer uma pequena viagem para ir a um almoço, no regresso vinha a pensar no porquê de ainda aqui estar. Ao longo dos últimos anos, ainda antes de ter entrado na universidade já tinha a possibilidade de ir para outro país, como sempre foi minha intenção. Houve duas razões para, em mais do que uma ocasião, ter posto isso de lado. Em primeiro lugar, porque sempre que essa possibilidade surgiu, estava numa altura da minha vida em que tinha algo que me prendia cá. Em segundo lugar, porque cheguei à conclusão que a minha razão para sair, para ir embora, era a errada. Eu não queria ir para fora à procura de algo melhor. O que eu queria era fugir, ter uma oportunidade para mudar radicalmente a minha vida, para poder ser diferente, para que nada fosse como até então tinha sido. Optei então por não tomar o caminho mais fácil e enfrentei a realidade, de construir a minha vida aqui, onde nada me falta, junto da minha família, não virar as costas a quem gosta de mim. Não posso dizer que esteja arrependido da opção que tomei, de todo. Mas há dias em que me questiono... como é que teria sido se eu me tivesse ido embora, se eu estivesse longe daqui, a viver uma vida fundamentalmente diferente? Hoje é um desses dias.

Não me arrependo de ter tomado as opções que tomei, principalmente porque conhecendo-me como conheço, não teria conseguido viver comigo mesmo sabendo o que deixava para trás. Sei que o que tenho feito é o correcto, lutado pelo que quero, a dar forma às minhas ambições e projectos profissionais. O facto de tudo nesse aspecto estar a correr bem é fonte de muito orgulho pessoal. Ainda assim, a minha vida está longe de ser tudo o que eu queria, tudo o que esperava e sonhava. E a minha constante luta comigo mesmo, com todos os meus sonhos, todo o meu mundo idílico de respeito, honra, de juras de amor eterno, cansa-me profundamente. Está na minha natureza remar contra a maré, tentar mudar um mundo imperfeito, sofrer porque ele é, de facto, imperfeito, e não há muito a fazer. Há dias assim, para todos nós, infelizmente.

E depois do desabafo... ânimo, que ainda há muito para fazer hoje... xD*

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